Este blog está relacionado aos diversos projetos centrados na diversidade e pluralidade étnico-racial que desenvolvemos, sempre de forma coletiva e colaborativa, nas instituições educacionais e educativas onde atuamos como EDUCADOR, seja como professor, coordenador de núcleo educacional, assistente de diretor de escola ou diretor de escola.

Pois, consideramos de extrema importância, desde o início e durante todo o processo educacional, a proposição acerca da questão da IDENTIDADE, pois penso que o país e a sociedade, como um todo, só tem a ganhar com pessoas conscientes e bem resolvidas nesse contexto.

Acredito que esta FERRAMENTA, com os seus conteúdos e informações (textos, imagens, atividades entre outros), nos possibilitará acessar informações relativas ao que há de africano no Brasil, assim como referente ao continente africano, tão vasto e múltiplo, que pouco conhecemos aqui no Brasil.

Nos possibilitará também, valorizarmos a diversidade étnico-cultural, étnico-racial, a partir do debate, reflexão e estímulo a valores e comportamentos éticos como o amor, a amizade, o respeito, a solidariedade e a justiça, de forma que a todo o momento possamos nos posicionar contra qualquer forma de intolerância, e especificamente nos colocando contra todo o tipo de discriminação racial e a favor de práticas antirracistas.

17 maio 2010

13 DE MAIO, 122 ANOS DEPOIS: DESPREZO E INJUSTIÇA

Passados 122 anos, todos os indicadores sociais apontam que a Abolição não foi capaz de garantir condições de vida dignas à população negra. Substituídos pela força de trabalho européia, não puderam nem mesmo compor a classe trabalhadora assalariada da época, restando como opção a informalidade.

O Instituto de Políticas Econômicas Aplicadas (IPEA) calcula que, caso sejam mantidas as políticas de ações afirmativas vigentes, os negros só atingirão a renda média dos brancos no ano de 2040. Hoje, a diferença salarial é de 53%. Na educação, a diferença é maior ainda. Apenas 5% da população negra têm formação superior. Entre os brancos, 18% já passaram pela universidade.

Essas diferenças sociais marcadas pela cor da pele são resultado de uma política que buscava o embranquecimento da população, logo que foi abolida a escravidão.
Essa é uma das conclusões da professora Márcia das Neves, cuja dissertação de mestrado investigou a influência dos estudos do médico e antropólogo Raimundo Nina Rodrigues na formação cultural da sociedade brasileira.

“Na questão da eugenia, que busca o melhoramento da raça, o Nina Rodrigues tinha essa preocupação de saber quem seria a população que dominaria o Brasil. Os negros estavam aumentando em quantidade, estavam se misturando sem certo controle, o que fazia aumentar a quantidade de mestiços. Quanto mais misturado, mais problemas ele previa nesse indivíduo final.”

O pensamento eugenista defendia a ideia da existência de raças humanas e pregava a supremacia dos arianos sobre os demais grupos étnicos. A professora revela que essa ideia foi assimilada pela população, que passou a ignorar e até mesmo negar a violência das relações raciais no Brasil.

“É até difícil colocar esse debate, mesmo em sala de aula. Eu sou professora, dou aula na periferia e tenho dificuldades de falar desse tema. Apesar de a maioria dos alunos serem negros ou mestiços, eles não aceitam essa discussão e têm a visão de que quem coloca esse tema em discussão é racista. Acreditam que é melhor fazer de conta que ele não existe, que não tem racismo e todo mundo é igual.”

A resistência do quilombo dos Palmares, a intransigência de Canudos e as revoltas dos Malês e da Chibata são celebradas pelo movimento negro como símbolo da luta por liberdade e igualdade. No século 20, diversas organizações surgiram a partir de tensões sociais provocadas pelo racismo e pela repressão dirigida aos negros.

É o caso do Movimento Negro Unificado (MNU), criado em 1978 como resposta à discriminação racial sofrida por quatro jovens atletas da equipe de voleibol do Clube de Regatas Tietê. Na época, eles eram proibidos de entrar na piscina do clube.
Milton Barbosa, fundador e integrante da coordenação nacional do MNU, revela que outro acontecimento, muito comum em nossos dias, também foi determinante para a organização da juventude negra.

“Um outro fato foi a prisão,tortura e morte de Robson vieira da Luz, trabalhador e pai de família, acusado de furto na feira. Ele foi preso e torturado no 44º Distrito Policial de Guaianazes. Foram basicamente esses dois motivos imediatos que fizeram com que a juventude negra da época criasse o Movimento Negro Unificado.”

Mais de 30 anos após a morte do feirante, a tragédia continua se repetindo. No mês em que se comemora a dia da Abolição da escravidão no Brasil, o movimento negro cobra das autoridades o fim daquilo que chamam de genocídio negro.Os meios de comunicação estão mostrando freqüentemente exemplos dessa violência. Eduardo Luís Pinheiro dos Santos foi encontrado morto no último dia 10 de Abril, após ser torturado. Alexandre Santos foi espancado até a morte na porta de casa, diante da mãe. Ambos foram vítimas da Policia Militar do Estado de São Paulo. Ambos eram negros.

O professor de História e integrante da Uneafro Brasil (União de Núcleos de Educação Popular para Negras(os) e Classe Trabalhadora) Douglas Belchior, explica que a repressão policial foi germinada no período da escravidão.
“A primeira Polícia no Brasil eram os capangas que corriam atrás dos escravos fujões. A Polícia tem no seu nascimento uma função objetiva e clara de coagir a população negra. Não tem jeito, isso infelizmente se repete e se ampliou, com fim da escravidão, para todos os pobres.”

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) prevê para um período de sete anos o assassinato de mais de 33 mil adolescentes no Brasil. Em algumas cidades do país, a probabilidade de um jovem negro ser morto é 40 vezes maior que um branco. Diante dos números, Belchior não vê motivos para se festejar o Dia da Abolição. “Os dados da realidade, já há alguns anos, não permitem que o movimento negro celebre o dia 13 de maio como um dia lembranças festivas. O mais escandaloso motivo para não festejar é justamente a implementação de uma verdadeira política de extermínio da juventude negra, em vigor nas grandes cidades brasileiras.”


Jorge Américo

Fonte: http://www.radioagencianp.com.br/node/8621

16 maio 2010

Na África do Sul não faltam expressões para gritar gol

África do Sul tem 11 idiomas oficiais. Conheça como a palavra mais procurada pelos artilheiros pode ser dita pela população

Apelido popularizado por Nelson Madela após o fim do apartheid, a Nação Arco-Íris da África do Sul também poderia ser chamada de Torre de Babel. São 11 idiomas oficiais no país. Assim, “gol”, a palavra mais procurada pelos artilheiros na Copa do Mundo, terá diversas formas de ser dita (e gritada).
Uma das mais famosas é “Laduma”, que significa “trovejar” em Zulu (a língua mais falada pelos sul-africanos, com 23,8% da população) e é usada por narradores após a bola balançar a rede. Mas não para por aí: na televisão, o Mundial vai ser transmitido em quatro idiomas (Inglês, Africâner, Zulu e até Português - por causa da forte presença de imigrantes portugueses, angolanos e moçambicanos).
Os 11 idiomas são: Zulu (23,8% da população), Xhosa (17,6%), Africâner (13,3%), Pedi (9,3%), Tswana (8,2%), Inglês (8,1%), Sotho (7,9%), Tsonga (4,4%), Swati (2,6%), Venda (2,2%) e Ndebele (1,6%). Apesar de não ser a língua original da maioria, o inglês é falado por grande parte das pessoas nos principais centros urbanos, como as sedes do Mundial (Joanesburgo, Cidade do Cabo, Pretória, Rustemburgo, Polokwane, Nelspruit, Durban, Porto Elizabeth e Bloemfontein).
Confira como se diz gol/golaço na África do Sul
(com a pronúncia entre parênteses)

Inglês: Goal (“gol”)
Africâner: Doel (“dool”)
Ndebele: Ligondelo (“Lee-gan-ndeh-law”)
Pedi: Ken no yê maka tsago (“n-noo yeh mah-kah-chah-ggo”)
Sotho: A ntlha ê ntlê (“ah ntlhah eh ntleh”)
Swati: Ewu ligoli lelinje (“eh-woo Lee-gaw-lee leh-lee-njeh”)
Tsonga: A hi kusaseka kA ku howa (“ah hee koo-sah-seh-kah kah koo haw-wah”)
Tswana: Sêo ke nnô (“seh-oo kee n-naw”)
Venda: Tshikoro (“che-kaw-raw”)
Xhosa: Yona yodwa i goal (“yaw-nah yaw-dwah ee gol”)
Zulu: Laduma / Kwaba igoli enhele ngempela (“lah-doo-mah” ou “kwah-bah ee-gaw-lee eh-nhleh-mpeh-lah”)

Fonte: Globoesporte.com, Por Thiago Dias e Zé Gonzalez
iDcionário Aulete

A principal função da educação é seu caráter libertador.

Educar não é repassar informações, mas criar um patrimônio pessoal.